A Prefeitura do Rio acaba de liberar a licença para funcionamento do Instituto Advogado Técio Lins e Silva, no ano em que marca 60 anos de carreira do criminalista, professor, jurista, nome dos mais destacados de sua geração. Técio foi secretário de Estado de Justiça do Rio, ex-procurador-geral de Defensoria Pública do Estado do RJ, ex-membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), presidiu o Conselho Federal de Entorpecentes (Confen) no Ministério da Justiça, quando chefiou várias missões internacionais junto à ONU. Ele também presidiu o Instituto dos Advogados do Brasil (IAB), integrou as comissões formadas pelo Senado Federal para a reforma do Código Penal e a atualização da Lei de Execução Penal. É conselheiro da OAB/RJ e do Conselho Federal.
Com o Instituto, Técio quer defender os direitos dos advogados e preservar um precioso acervo, com uma tonelada de processos judiciais, documentos inéditos, fotos, fitas-cassetes, DVDs, não só dele como também dos 90 anos de história jurídica, social e política do Brasil (de 1930 até 2023). Lins e Silva é neto, filho e sobrinho de advogados. Tudo começou com seu pai, Raul, abrindo um escritório no Centro do Rio, em sociedade com os irmãos, Aroldo e Evandro Lins e Silva (ex-ministro do STF) .
Durante 20 anos, Técio advogou na defesa de presos políticos durante a ditadura militar, antes mesmo de se formar; por isso, não era bem-vindo nos ambientes sociais, até porque os advogados de perseguidos políticos não cobravam honorários, essa era a regra. “Hoje são outros os perseguidos, são outros que sofrem na repressão fundamentalista e odiosa que vale tudo. Mudam os atores, mudam o cenário e as leis, mas no fundo é a mesma coisa. Hoje chamam de Lawfare”, diz Técio.