Minha profissão: jornalista. Prato favorito? Galinha com quiabo. Nunca tive dúvidas, desde quando ouvia alguém, avisar que iria lá em casa, e minha avó Felicidade respondia: “Vai que vou matar uma galinha e fazer com quiabo”. É o sabor que mais me aproxima do amor dessa mulher por mim, o neto favorito, portanto, o que herdava a sobrecoxa. Há tempos, venho correndo atrás da comida da minha vida, até que, num pulo a Paraty, para conhecer de perto o trabalho da chef Ana Bueno, encontrei a iguaria em seu habitat: um panelão para compartilhar (R$ 75). Celebrando 30 anos do restaurante Banana na Terra — point dos cobiçados autores de best sellers da Flip —, Ana acabou de inaugurar o Casa Paratiana, colado à cachaçaria Paratiana (@cachacaparatiana), tocada pelo marido, Casé MIranda, com o irmão. Fica próximo à Fazenda Bananal, onde o visitante faz uma imersão na Mata Atlântica antes de se deliciar (e lamber os dedos) diante do farto cardápio. Se vale a viagem? Somente indo para sentir o que este humilde texto se propõe a divulgar.
“Uma comida de raiz brasileira, com cheirinho de fogão a lenha e com tempero de casa”, avisa Ana enquanto entrega o menu pensado para harmonizar com o clima do alambique e combinando muito bem os sabores das cachaças e os drinques da casa. Entenda por isso pratos típicos da culinária caipira, como arroz caldoso de galinha caipira e também porco na lata (R$ 85), torresmo (R$ 45), feijão tropeiro, tutu de feijão e muito mais.
Aberta para os 30 anos do Banana da Terra, a Casa Pratiana tem sotaque próprio: produtos, receitas, temperos e trilha sonora. Destaque também para o bolinho caipira de São José feito com farinha de milho e recheio de carne moída e, pasme, espaguete ao óleo e colorau. Não dá para não pedir mais um.
Canjica, doce de abóbora e bolo cremoso de milho são algumas das sobremesas. Isso tudo servido dentro de um alambique, para criar coragem e encerrar o almoço com um tour pela cachaçaria, que, em breve, também vai produzir gim.
A festa dos 30 anos do Banana da Terra vai durar o ano todo. Para tornar esse trabalho ainda mais conhecido, Ana Bueno criou o projeto Caravanas Paratianas, idealizado com a jornalista Maria Vargas. A ideia é, ao longo do ano, reunir chefs e jornalistas na cidade histórica, em torno da mesa e de encontros para trocar experiências, compartilhar receitas, histórias e, sobretudo, afeto. A gastronomia tem dessas coisas.
Na estreia do projeto (22 a 24/04), estiveram presentes as chefs Paula Prandini (Empório Jardim, Rio), Elisa Fernandes (Clos, SP) e Morena Leite (Capim Santo, SP). Estão previstos ainda nomes, tais como: Fabrício Lemos e Lisiane Arouca (Origem, Salvador), Rubens (Catarina) Salfer (ex-D.O.M., SP), Mônica Rangel (Gosto com Gosto, Visconde de Mauá), entre outros. Parabéns BanAna!!!
O jornalista viajou a convite do restaurante Banana da Terra em parceria com a Pousada Literária.