Nesta terça (16/04), reúne-se a diretoria da Anvisa para decidir se o Brasil vai manter ou mudar a regulamentação dos dispositivos conhecidos como “vapes” ou cigarros eletrônicos.
A Anvisa proibiu o aparelho em 2009, ratificada em 2022; no entanto, por interesses da indústria do tabaco, um novo projeto de lei foi apresentado no Senado Federal, em 2023, por Soraya Thronicke (Podemos-MS), propondo a regulamentação.
Margareth Dalcolmo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), voz mais do que ativa na luta contra essa regulamentação, fez uma forte campanha desde então. “Se liberar a comercialização, será uma derrota, um fracasso, uma tragédia para nossos jovens e crianças. Os países que liberaram já começam a rever suas normas, dados os casos recorrentes de danos à saúde. A Bélgica, por exemplo, acabou de deliberar que vai proibir, terminantemente, a partir de 1º de janeiro de 2025; a Inglaterra, que fornece gratuitamente vapores para quem quer parar de fumar acima de 18 anos, já viu que não deu certo porque ninguém consegue largar essas porcarias”, diz ela.
Pelo levantamento do Ipec, a quantidade de pessoas que conhecem o cigarro eletrônico no Brasil passou de 52%, em 2019, para 87%, em 2023. De acordo com a OMS, em 10 anos, o número de usuários do vape saltou para mais de 40 milhões.
“Esses dispositivos são extremamente nocivos, têm uma quantidade de nicotina dezenas de vezes superior aos cigarros convencionais. Uma vez que obtivemos um grande sucesso no Brasil — reduzir de 40% de fumantes para 10%, que é o que existe atualmente —, a indústria do tabaco, de maneira muito perversa, cria esses outros artifícios para viciar, com a ilusão de que aqueles ‘instrumentinhos glamourosos’, com forma de pen drive, de batom, alguns até eróticos. Inocentemente, vão se viciando naquilo que é cancerígeno. É o que eu chamo de uma invenção diabólica da indústria tabagista. Espero ganhar essa batalha”, finaliza.
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