Heloisa Teixeira, sem rigidez, com leveza, ainda que o assunto fosse o mais pesado do mundo, em noite de imortais em fila na Travessa do Leblon, para o lançamento de “Rebeldes e Marginais — cultura nos anos de chumbo (1960-1970)” (Bazar do Tempo). O evento também foi para comemorar os oito anos da editora, com bolo, além de debate mediado pela Diretora de Conteúdo da EBC, Antonia Pellegrino, com Heloísa, Patricya Travassos e Cacá Diegues.
Durante um longo período de sua vida, Heloísa estudou obstinadamente a produção cultural brasileira sob a mão pesada da ditadura militar e da censura. Sobre o tema, escreveu uma tese de doutorado, quatro livros e inúmeros artigos e agora decidiu compartilhar essas fontes, reunir e reorganizar o material que produziu, tendo ainda 28 fotografias e 48 QR codes que levam a vídeos, entrevistas e imagens do acervo histórico da autora sobre os anos de 1960 e 1970. A partir de 1969, surgiu a geração do desbunde e também da luta armada, os rebeldes e marginais do livro de Heloísa Teixeira (então Buarque de Hollanda).
E ficou a pergunta: “Ainda existe rebeldia?”. Heloisa e Patricya disseram que não; hoje, são todos iguais, querem consumir as mesmas coisas, ir para os mesmos lugares. Cacá disse que rebeldia é de quem não está satisfeito com as coisas. Uma voz na plateia, da jornalista Helena Celestino, disse que sim, “a rebeldia existe!”.