A coletiva “BienalSur — Signos da Paisagem”, inaugurada nessa quarta (20/03), no CCBB, no Centro, foi definida como instigante e poética. São trabalhos de artistas do Brasil, Argentina, Uruguai, Espanha, França e Arábia Saudita que propõem uma reflexão sobre como o Planeta vem sendo modificado. “De diferentes maneiras, nosso olhar sobre o ambiente natural – antes identificado entre as disciplinas artísticas convencionais simplesmente como paisagem – é urgente e exige atenção. Há séculos, sabemos que as sociedades vêm modificando a natureza por meio da extração de recursos, o que gera um grande impacto no Planeta”, disse Diana Wechsler, diretora artística da BienalSur.
Do Brasil, obras de Rochelle Costi e Dias & Riedweg, feitas durante o confinamento na pandemia. “Os trabalhos de Costi registraram insetos encontrados na área externa de sua casa/ateliê (a 4 km do Centro de SP). O trabalho não foi apenas uma observação, mas também uma ‘provocação’, pois incorporou na ‘paisagem’ do jardim doméstico placas de plástico em relevo, criando uma topografia na tentativa de imitar a natureza”, diz o texto da curadoria. “Dias & Riedweg também fizeram uma linha de reflexão semelhante, com 16 fotografias observando as marcas no ambiente urbano tiradas em 2020, destacando a questão do risco latente e o aviso de que algo se perdeu”.
Da Argentina, vieram para a mostra Gabriela Golder e Matilde Marín – chama atenção o vídeo de Gabriela, que mostra Valparaiso (Chile) em chamas em 2015. A BienalSur é o evento cultural mais extenso do mundo: 18.730 km de arte contemporânea, em 28 países e mais de 70 cidades.