Muita gente me procura, querendo saber sobre investimentos que prometam boa rentabilidade. Porém, na maioria das vezes, essas pessoas ainda estão dando seus primeiros passos no universo dos investimentos.
Entretanto, se estão começando a guardar dinheiro, antes de pensar em altos retornos, o primeiro objetivo deveria ser a reserva de emergências.
Pense comigo: de que adianta você ter um investimento que renda bastante se, justamente quando o mercado está em baixa, surge um imprevisto, e você precisa resgatar seu dinheiro? Não parece a estratégia mais adequada, não é mesmo?
Entendo perfeitamente o desejo de ver seu dinheiro crescer significativamente, no entanto é importante lembrar que altos retornos vêm acompanhados de riscos altos também. Em momentos de necessidade, essa volatilidade pode significar não ter acesso ao valor integral que você esperava.
Por isso, a reserva de emergências deve ser a sua prioridade e ser alocada em investimentos conservadores, garantindo que seu poder de compra seja preservado, sem o risco de grandes oscilações. A ideia não é buscar rentabilidade máxima, mas sim segurança e liquidez. Claro que você não vai deixar o seu dinheiro parado na conta corrente ou debaixo do colchão – opções, como poupança, fundos DI com baixas taxas de administração, Tesouro SELIC, ou CDBs de grandes bancos com liquidez diária, são ideais para essa finalidade.
O importante é que o dinheiro dessa reserva esteja investido num produto que não seja volátil e que você possa resgatar facilmente, a qualquer momento. É pra isso que serve uma reserva de emergências: para salvar você no momento em que um imprevisto surgir.
A falta de uma reserva de emergências pode levar você ao endividamento diante de imprevistos. Ninguém está livre. Até mesmo quem tem suas finanças em ordem pode ser pego de surpresa por eventos inesperados, desequilibrando o orçamento do mês.
O volume da sua reserva deve ser de 3 a 12 vezes os seus gastos mensais, de acordo com a sua empregabilidade, a regularidade de suas receitas e seus compromissos financeiros. Para quem tem maior estabilidade no trabalho, mora com os pais e tem muita oferta de vagas na sua área, a reserva pode ser menor. No entanto, se a pessoa trabalha em um setor com poucas oportunidades de emprego, depende de comissões ou bônus e possui financiamentos de imóvel e/ou carro, sua reserva deve ser mais robusta.
Por fim, mesmo que você já tenha outros recursos investidos, é a reserva de emergências que oferece a tranquilidade de não precisar resgatar aplicações mais voláteis em momentos de crise. Em tempos incertos, como vivenciamos recentemente com a pandemia da covid-19, a importância de ter essa reserva ficou ainda mais evidente.
Ter uma reserva de emergências é garantir a sua paz de espírito. É saber que, diante de qualquer eventualidade, você possui um suporte financeiro pronto para auxiliar, permitindo que você durma tranquilo, ciente de que está preparado para enfrentar os desafios que possam aparecer.