Charretes puxadas por animais em Paraty vão ficar no passado, a partir de abril, via Secretaria Estadual de Turismo do Rio com a Prefeitura da cidade, que vai substituir a tração animal por charretes elétricas.
No encontro, que aconteceu no fim de semana, protetores da causa animal estavam na cidade: a paulistana Luisa Mell; o prefeito Luciano Vidal; o deputado federal carioca Marcelo Queiroz, cuja bandeira eleitoral são os animais; Gustavo Tutuca, secretário estadual de Turismo; e Lourival Silva, presidente da Associação de Carruagens de Paraty. No entanto, todo mundo quer saber: pra onde vão os animais? Continuar com os carroceiros até o próximo passo, que é levá-los para algum santuário animal? Os charreteiros também vão receber qualificação para a condução dos novos veículos elétricos e toda a verba e estruturação para a mudança. Tutuca prometeu levar o projeto piloto para outras cidades do estado.
Lili Varela, moradora da cidade e dona de casas para aluguel, diz que seria necessária uma fiscalização maior porque a exploração acontece no município todo, não só no Centro Histórico. “Aqui, quem revira lixo é cavalo; até o plástico da sacola eles engolem; vivem cheios de carrapatos, machucados pela carroça. Os carroceiros amarram os cavalos no mato e, depois de dias, aparecem. Já tirei vários que estavam sem água, sem nem poder sair do lugar porque enroscam a corda nas patas. Coloco-os na sombra e, quando os donos aparecem, me ameaçam. Uma época, a prefeitura recolheu e multou os donos, mas agora já estão soltos de novo. O decreto deveria valer para toda a região porque eles usam, para transporte de carga, quase sempre com mudança de casa, geladeira, fogão, cama, sofá…”, diz.