Na véspera do carnaval, 442 blocos e 9 associações carnavalescas assinaram uma carta aberta criticando o modelo dos cortejos de rua definidos pela Prefeitura. Eles reclamam que a empresa que ganha a licitação para organizar o carnaval fica com todo o dinheiro dos patrocinadores, usado na infraestrutura do evento, mas nada dos valores movimentados e captados é repassado aos responsáveis por fazer a festa acontecer — os blocos. Eles também reclamam que, por restrições legais, não podem fechar apoio por fora. A Prefeitura autorizou cerca de 450 cortejos, mas as associações acreditam que, entre os oficiais e não autorizados, o número pode passar dos mil.
Segundo a Sebastiana (que representa 14 blocos filiados), os preços de serviços essenciais para os blocos chegaram a saltar 50% do ano passado para este. O custo médio de uma bateria com 80 ritmistas, por exemplo, passou de R$ 8 mil para R$ 15 mil — até pela demanda com o aumento do número dos desfiles. Segundo a carta, caso a Prefeitura não faça mudanças, “o carnaval de rua vai morrer na cidade que o criou”.