Duas peças históricas foram levadas por bandidos neste fim de semana. No cemitério São João Batista, em Botafogo, uma estátua de bronze de 1,60 metro de altura foi furtada do túmulo do dramaturgo e imortal Claudio de Souza. O jazigo, considerado um dos mais bonitos do local, simula uma réplica de um teatro de arena, com arquibancadas. No palco, existiam três moiras representando as atrizes; agora são apenas duas. O sumiço foi percebido no domingo por Marconi Andrade, restaurador e criador do grupo S. O. S. Patrimônio.
“Além do valor do metal, tem o valor do trabalho do artista. Crimes como esse em cemitérios estão cada vez mais frequentes. Recentemente, furtaram também a porta do túmulo do Marquês de Paraná, a qual pesava quase 300 kg. São patrimônios históricos que estão sendo levados, e ninguém faz nada”, diz Marconi.
No sábado, criminosos furtaram o ostensório da Igreja de São Francisco de Paulo, no Centro. A peça do século XIX, feita de prata e bronze, é tombada pelo Iphan. Segundo o padre Álvaro Bonfim, dois homens, que foram filmados pelas câmeras de segurança, pularam as grades da igreja e arrombaram o armário de madeira onde estava o ostensório, avaliado em mais de R$ 50 mil. “O item é precioso não só pelo valor material como também porque é feito para conter o que é mais caro para nós: Cristo mesmo, na eucaristia. Uma lástima”, diz Álvaro.
A Polícia investiga ambos os casos. A Brigada do Patrimônio também recebe informações sobre o paradeiro das peças pelo telefone (21) 98913-1561.