Claro que, quando Narcisa Tamborindeguy chegou para a mostra “Ritos”, de Patricia Guerreiro, na galeria Gozto, no Cosme Velho, alguém falou: “Don’t touch… It’s art!” (“Não toque… É arte!”). Para quem acompanha a rainha do “Ai, que loucura!”, a frase foi dita por uma galerista inglesa durante a ArtRio, em 2014, quando Narcisa toca em uma das obras e ainda repete os alertas que recebe: “Don’t touch… It’s art!”.
Desta vez, a própria artista levou a convidada para vasculhar seus trabalhos: 10 peças em cerâmica criadas com a técnica milenar japonesa “Raku”, levadas a um forno de 900 graus e retiradas ainda incandescentes. “Enquanto o fogo está ali, deixando a sua marca, eu sou uma mera espectadora, não tenho como intervir mais… A obra é dele, eu entrego as peças ao fogo”, diz ela, que também levou uma grande escultura em arame farpado banhado a ouro, cobre e prata, outro material que costuma trabalhar.
O pedido para que as peças fossem em cerâmica foi do galerista Sérgio Zobaran: “A tangência entre o autoral e funcional de Patricia e a nossa galeria é total. Se a artista faz da arte o design em sua série exclusiva para nós, nela encontramos o design que é pura arte”.