Sobre as investigações do assassinato dos três médicos (Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf Bonfim) num quiosque da Barra, dia 5 de outubro, a museóloga Marlise Corsato, irmã de Marcos, comenta: “Ninguém dá nenhuma satisfação. A gente nunca teve um comunicado oficial da polícia carioca sobre a morte do meu irmão; jamais se manifestou, nem para avisar que ele estava morto. Nem minha cunhada, nem os filhos receberam sequer um telefonema de nenhuma autoridade. Acho que seria o mínimo, um alento pra eles. Quem nos visitou foi a polícia daqui. E nem o Boletim de Ocorrência. Quando meu sobrinho ligou pra perguntar, o delegado exigia que ele fosse ao Rio para retirar o BO pessoalmente. Conseguimos online, o que é um direito, mas através de um juiz, que interveio por meio da Justiça”.
E continua: “A gente não tem nenhum avanço em termos de investigação, não nos posicionam de nada. Se até o caso Marielle, que era uma pessoa com influência na cidade, não teve desfecho, o que será de nós meros cidadãos de São Paulo?”
A principal linha de investigação do ataque a tiros aos quatro médicos (Daniel Sonnewend Proença se salvou) é que tenham sido baleados por engano e que o alvo seria um miliciano da região de Jacarepaguá que se parece com uma das vítimas, o médico Perseu Ribeiro Almeida. “Não resta mais dúvida alguma de que os médicos foram assassinados por engano”, disse o ainda secretário da Polícia Civil do Rio, José Renato Torres.
À coluna, Marise também já havia dito: “Não há o que fazer. Processar o estado é o que deveria ser feito? Acho que é perda de tempo, e não vai trazê-lo de volta; às vezes, é uma atitude simplista. A energia que demanda fazer alguma coisa nesse sentido, acho que é uma energia de cura pra você mesmo. Olhando por esse lado, não vamos fazer nada. Considero o Rio a cidade mais bonita do mundo; por conta disso, desejo que continuemos a jogar conversa fora, tomando uma cerveja num quiosque à beira-mar, sem que esse desgoverno continue autorizando que o crime dê cabo de nossas vidas”.