Com a energia de véspera de feriado, muitos cariocas foram ao cinema: pré-estreia do documentário “Black Rio! Black Power!”, com direção e roteiro de Emílio Domingos, produzido por Letícia Monte e Lula Buarque de Hollanda, no Estação NET Gávea, nessa quarta (11/10).
O filme fala da influência do Black Rio na cultura, na sociedade e na luta por justiça racial no Rio e no Brasil entre as décadas de 1970 e 1980, mostrando o impacto do movimento na música e nos rumos da política no período de redemocratização, influenciando gêneros como o hip-hop e o funk. O filme, porém, é mais sobre política do que música.
O protagonista é Dom Filó, participante ativo da Black Rio e criador da Cultne, que tem o maior acervo audiovisual negro do Brasil. “Estamos falando de 50 anos da importância do movimento que revolucionou o tempo da ditadura. Revela a luta antirracista, a luta contra os opressores colonizadores”, diz Dom.
“O assunto me interessa muito porque sou carioca e totalmente voltada para essa temática. Todos os meus trabalhos até hoje são ligados à cultura preta produzida no Rio”, disse Regina Casé. “O filme vai interessar a gente que tem interesse por música, por questões identitárias, por cultura brasileira, por questões da negritude, e que elas tenham uma visão mais ampla da história e possam reconhecer o trabalho desses pioneiros que começam através desses movimentos, desses encontros, dos bailes, da corporalidade, da dança, e a se perceberem como negros”, completou a produtora Letícia Monte.