O bailarino Wagner Schwartz lança o livro “A nudez da cópia imperfeita”, na Travessa de Botafogo, nesta quarta (11/10), às 19h, véspera de feriado, e conversa com Luiz Camillo Osório, diretor do departamento de Filosofia da PUC-Rio, curador do Instituto PIPA e ex-curador do MAM-RJ (2009-2015).
Wagner foi alvo de ataques furiosos por causa da performance “La Bête” (o bicho, em francês), uma releitura de “Bichos”, de Lygia Clark, feita no MAM-SP, em 2017, quando ficou nu, e uma mulher e sua filha pequena tocaram o corpo do artista, como tantas outras da plateia. As cenas foram parar na Internet, retiradas de contexto, e ele começou a ser atacado por extremistas, líderes religiosos, políticos oportunistas, chamado de pedófilo e recebeu mais de 150 ameaças de morte.
Não suportando o linchamento virtual, ele embarcou disfarçado para Paris, poucos dias depois e, agora, lança a autoficção, que começa com a história do MAM e descreve os desdobramentos emocionais, jurídicos, políticos e psicológicos.
À época, Wagner deu depoimento de quase três horas na 4ª Delegacia de Polícia de Repressão à Pedofilia, um inquérito foi aberto pelo MP-SP para apurar se houve crime. Além de inventarem a pedofilia, os haters também noticiaram que ele tinha se suicidado ou sido morto a pauladas.
Até então, desde 2005, Wagner, que vive entre Paris e São Paulo (nascido em Volta Redonda, RJ), já tinha apresentado o mesmo trabalho por 10 vezes no Brasil e na Europa, quando decidiu criar a performance ao ver, na capital francesa, uma das figuras geométricas de Clark presa numa caixa, criadas na década de 1960.