No circuito paralelo à ArtRio, mais ou menos 300 pessoas estiveram na abertura da exposição “Jorge Guinle – Uma pincelada certa vale mais do que uma boa ideia”, na Danielian Galeria, na Gávea, nessa quinta (14/09). Com mais de 85 trabalhos, entre pinturas e desenhos (inéditos) de Jorge Guinle (1947-1987), além de homenageá-lo, os irmãos Ludwig e Luiz Danielian inauguraram um pavilhão construído no terreno da galeria, acrescentando 600 metros quadrados à casa principal (de 900 m2) e, num espaço coberto entre as duas construções, vai ter um café. Sucesso, além das telas, foram os drinks com gin, todos com nomes das pinturas da mostra: “Berlin Affair”, “Listen to the Blues” e “Night in Tunísia”.
Os curadores Marcus Lontra Costa e Rafael Peixoto agruparam as obras de acordo com os períodos de criação do artista. Na primeira sala, as produzidas em 1987, ano da morte de Jorginho — depois de pintar, ele girava as telas para que as tintas escorressem sobre o que já estava feito. Na sala ao lado, as do início dos anos 1980, a presença do fundo branco é maior. No andar superior, desenhos inéditos e telas também dos anos 1980 e uma da década de 1960. No novo pavilhão, aos trabalhos entre 1983 e 1987, com relevância para a abstração e uma referência para a chamada “Geração 80”, da EAV. Todas são de diversas coleções particulares. “Jorge Guinle é o pintor da tensão entre o expressionismo abstrato e a arte pop produzidos nos EUA, vertentes que parecem conflitantes, mas que na verdade servem de provocação para a ação contemporânea”, diz Lontra.
Casado há 14 anos com Alicinha Silveira, o fotógrafo Marco Rodrigues, ex-companheiro de Jorge Guinle de 1969 até a morte do artista, em 1987, estava muito emocionado. “A sensação é de estar numa catedral com seus imensos vitrais coloridos; cada tela, um desafio para o olhar. Elas provocam o espectador, fascinantes em suas cores e soluções estéticas. Com fé, o voyeur sai revigorado e acreditando mais em Deus”, disse.
A curadora Vanda Klabin, que deu de cara com uma foto de Jorge Guinle logo à entrada, disse: “Quanta saudade! Ver os olhos dele… Jorginho me fez chorar hoje!”