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A maratona de arte carioca continua, desta vez com a abertura da mostra “Essas pessoas na sala de jantar”, na Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, integrante do circuito oficial da ArtRio, com curadoria de Raphael Fonseca. São trabalhos de 12 jovens artistas ocupando todos os espaços da casa – mais de 2 mil peças entre quadros e esculturas, do Egito Antigo ao Impressionismo.
O impacto estético foi aprovado pelos convidados no vaivém das horas e era impossível não notar um ou outro cantarolando “Essas pessoas na sala de jantar\São ocupadas em nascer e morrer”… , versos da canção “Panis et circenses”, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, conhecida na voz dos Mutantes nos fins dos anos 1960, um retrato sobre a falta de diálogo entre integrantes de uma mesma família.
Raphael, curador no Denver Art Museum e da 14ª Bienal do Mercosul (2024), convidou os artistas Ana Cláudia Almeida, Ana Hortides, Andréa Hygino, Arthur Chaves, Felipe Rezende, Jonas Arrabal, Marcus Deusdedit, Santiago Pooter, Tadáskía, Talles Lopes, Tiago Sant’ana e Vitória Cribb, todos nascidos em regiões vistas como periféricas, seja em bairros do subúrbio do Rio ou nas periferias de cidades como Anápolis, Belo Horizonte, Cabo Frio, Salvador e Santo Antônio de Jesus.
“Esse é um projeto importante porque traz uma presença massiva de artistas que têm práticas que refletem seu lugar socioeconômico não privilegiado. Estamos falando de artistas que, assim como eu, vêm de uma classe trabalhadora e que, diferentemente da própria história dessa casa na Lagoa, não apontam para uma narrativa sobre as elites econômicas brasileiras, mas, sim, para o polo oposto: para os corpos que compõem aquelas massas tidas como anônimas”, diz Raphael.