Nessa quarta (30/08), a crítica teatral, jornalista e professora Barbara Heliodora (1923-2015) recebeu uma homenagem da Academia Carioca de Letras, no Centro, pelo seu centenário, tendo como anfitriã a atriz Patricia Borges, uma de suas três filhas, que leu uma carta enviada por Fernanda Montenegro – ela não foi porque, no mesmo dia, foi homenageada do evento “BNDES do Audiovisual Brasileiro”, como publicamos aqui.
“Há de destacar que, diante do ato teatral, Bárbara nunca foi uma moça bem comportada — era uma crítica que tinha régua e compasso. Inúmeras são as suas duras avaliações, como também são suas análises consagradoras, escritas com profunda alegria, alívio e felicidade. Lamentável a sua ausência? Sim. Foi temida? Sim. Foi amada? Sim. Ela foi uma de nós, ‘filhos da arte’. O teatro foi a sua vida, e ela fez e faz parte, para sempre, da nossa história teatral”, leu Patrícia.
Todos na sala tinham alguma história para contar, seja de amor ou de “terror” – ela costumava dizer “a crítica condescendente é uma má crítica” e, por isso, até o mais experiente dos autores e atores tremiam com sua presença -, como o autor Flávio Marinho, a atriz Jacqueline Laurence, os atores Sérgio Fonta e Ary Coslov. No fim, Patrícia anunciou que em 2024 vai lançar o livro “Bárbara Heliodora, o resumo e a crônica do teatro”, organizado por Liana Leão e Walter Lima Torres Neto, no Largo do Boticário, no Cosme Velho, pela editora do Solar do Rosário, de Curitiba, com cem textos de diversos artistas, incluindo nomes que já foram criticados por ela, mas também elogiados, como Beth Goulart e Miguel Falabella. E outro lado pouco conhecido, o de atleta: no alto dos seus 1,80 metros, ela fazia natação, esgrima e era lançadora de peso, ganhando medalha em todas essas modalidades pelo Fluminense (seu avô, Marcos Carneiro de Mendonça, foi goleiro e presidente do clube, além de historiador e escritor).