Leitora da coluna fotografou essa, digamos, “instalação” da janela de casa, no Jardim de Alah, no Leblon, na noite dessa quinta (20/07). No entanto, a privada não é obra de um artista imitando o francês Marcel Duchamp e seu “urinol” de 1917, mas uma novidade ali, local de constantes reclamações: “Se fazem cocô na rua, para que serviria?”, brinca ela.
Tudo pode mudar depois da readequação — nesta sexta (21/07), a comissão de licitação da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPAR), anunciou a empresa ganhadora da licitação do Jardim de Alah, o Consórcio Rio + Verde (das empresas Accioly Participações, DC-Set, Opy e Púrpura, com assessoramento da BMA Advogados), que vai administrar o local por 35 anos. A estimativa é que o vencedor invista R$ 112,6 milhões na recuperação de jardins, implantação de ciclovias, entre outras melhorias e, em troca, explorar comercialmente a área.
“Com esta parceria, queremos resgatar uma área nobre, com potencial turístico, tudo sem gastos para os cofres públicos. Para o sucesso do projeto, incluímos a construção de uma nova creche no local. Tenho certeza de que será um sucesso, e vamos ter, em breve, a boa utilização de uma área de lazer importantíssima para o Rio”, diz Flávio Valle, subprefeito da Zona Sul.
Enquanto o novo administrador não assume, a coluna perguntou à Prefeitura sobre o motivo do péssimo estado do lugar: “Seguimos com limpeza e ordenamento. A Comlurb usa a parte do terreno da Praça Poeta Gibran como uma base operacional que atende Leblon, Ipanema e Lagoa, incluindo praias e orlas. Não fazemos nenhuma atividade de depósito de lixo e mantemos uma rotina de limpeza diária, com varrição em dois turnos e remoção de resíduos, com reforço de mais um turno quando necessário. A Secretaria de Assistência Social também faz operações de acolhimento diárias na região; entre janeiro e junho deste ano, foram 662 atendimentos em Ipanema, Lagoa e Leblon”. A Prefeitura avisou que vai enviar uma equipe ao local.
Ainda não existe prazo para a homologação da concessionária, porque a concorrente Duchamp Administradora de Centros Comerciais (Magus Sgg e a Dream Factory), diz que vai recorrer da decisão; pela lei, o recurso pode ser apresentado em até cinco dias úteis. Agora, a “briga” é entre os empresários Alexandre Accioly + Dody Sirena e Duda Magalhães (Dream Factory), que têm vasta experiência em entretenimento – antes, a empresa de Duda concorria sozinha à licitação.