Depois de nove anos, o prédio da UniverCidade, na Lagoa, continua se deteriorando. Nesta sexta (28/07), o advogado Gabriel de Britto Silva, que trabalha ao lado, notou, por uma das janelas abertas — vandalizadas por invasores —, uma estante ainda cheia de livros expostos à ação do tempo.
O caso lembra o da antiga Gama Filho, em Piedade, com estantes e mais estantes de livros e documentos abandonados depois que foi fechada, também em 2014. Em abril, a Prefeitura tomou posse do terreno e anunciou a construção do Parque Piedade no local, com teatro, biblioteca, galeria de arte etc.
O que ambas têm em comum? Eram controladas pelo grupo Galileo Educacional, que decretou falência em 2016. À época do fechamento, eram 12 mil matriculados nas duas instituições: 8,9 mil na Gama Filho e 3,1 mil na UniverCidade.
“Nunca tinha reparado nessas estantes cheias de livros, fontes de educação e conhecimento, em evidente estado de abandono, num bairro que possui um dos metros quadrados mais caros do Rio. Independentemente de quem seja o dono ou que haja litígio quanto à propriedade, os livros devem ser doados ou emprestados para outras instituições. Nenhum motivo justifica a exposição do material ao tempo e distantes de estudantes”, diz Gabriel, especializado em Direito Imobiliário.