Enquanto a Lagoa Rodrigo de Freitas e as águas límpidas da praia do Flamengo têm sido motivo de orgulho para o biólogo Mario Moscatelli, o canal do Joá, na Barra, está, em suas palavras, com as “águas fedendo a ovo podre”, em ronda desta terça (11/07).
Logo pela manhã, o biólogo esteve no local e notou as águas imundas e as margens transformadas em lata de lixo, com siris e caranguejos sufocados, indo para a superfície, buscando oxigênio. “Acho inacreditável como o carioca trata mal seus espaços públicos. Na entrada da Barra, é isso daí que se encontra — bem parecido com o que encontro no canal do Fundão, uma das áreas mais degradadas da Baía de Guanabara. No entanto, se alguém acha que isso impede a utilização das águas pútridas, fedendo a gás sulfídrico por parte dos atletas matutinos, está redondamente enganado: um deles fazia wakeboard (puxado por um jet-ski numa prancha). É inacreditável como algumas pessoas sobrevivem ao contato com esse ‘purê de merda’, típico da maré baixa. O cheiro de urina também é um ‘upgrade’ do local que deveria ser um atrativo”, diz ele, que avisou aos órgãos competentes.
Momentos depois, o pessoal da subprefeitura da Barra e a Comlurb fizeram a limpeza da margem do canal. “Vamos avançando por etapas, para fazer desse local da Barra uma bela porta de entrada da região. Para isso, porém, é preciso a colaboração de todos. O mínimo é não jogar lixo nem fazer xixi”, finaliza.