Esse fim de semana foi de arte: na Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, aconteceu uma palestra junto à inauguração da mostra “Expressões do Inconsciente na Coleção Dimitri Ganzelevitch”, no sábado (29/07).
Convidados ficaram hipnotizados pela conversa entre o colecionador e curador Dimitri com o museólogo Eurípedes Júnior e o crítico de arte e psiquiatra Guilherme Gutman, sobre colecionismo e as questões e reflexões filosóficas relacionadas aos trabalhos, com mediação da jornalista Leila Sterenberg.
São 27 trabalhos de cinco artistas cujos distúrbios resultaram em obras fortes e com identidade marcante: Joselito José Santos, Alício Ribeiro Santos, Raimundo Jorge Falcão, Emma Valle e Eternit. “São artistas marginalizados, e esse é um caminho diferente para abordar o tema: o olhar de um colecionador”, disse José Pio Borges, diretor do museu.
Dimitri coleciona arte do inconsciente há mais de 50 anos. Assim como Eva Klabin, ele mora numa casa-museu, o Solar Santo Antônio, em Salvador, que tem uma coleção de quatro mil peças. “Nise da Silveira empurrou para mais longe os limites da loucura. Nas pegadas de Carl Jung, ela deu às pessoas com transtornos psiquiátricos, através da arte, a possibilidade de sair dos labirintos da introversão para começarem a se comunicar com o mundo exterior”, diz Ganzelevitch.
Foi realizada uma visita guiada e, para completar, mostrado o doc “Posfácio — Imagens do inconsciente”, de Leon Hirszman e Eduardo Escorel, com a íntegra da entrevista de Hirszman com a psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999), fundadora do Museu de Imagens do Inconsciente.