Do alto, você reconhece? É um pequeno paraíso na Lagoa Rodrigo de Freitas, próximo à estátua de um índio, na imagem de Márcio Rocche. Um lugar privilegiado pela vista – que inclui o Cristo Redentor, a Pedra da Gávea e o próprio espelho d’água –, uma área de lazer que aparece constantemente nesse post, mas em ângulos completamente desacostumados ao olhar.
E num dia azul de outono, parece que fica ainda mais bonita, com as águas cristalinas, ou seja, um ótimo programa para atividades físicas e contemplação, como deveria ser para os primeiros habitantes das suas margens, os tupinambás da aldeia Kariane. Eles plantavam mandioca e tabaco, colhiam frutas, fabricavam panelas de barro, machados de pedra, cestas e cipó, caçavam e pescavam na lagoa, pelo menos até 1575; dez anos depois, foram dizimados por uma epidemia de varíola. A orla da lagoa voltou a ser ocupada por gente quase 250 anos depois dos índios. Começou a ser aterrada sistematicamente, com a primeira invasão sendo a construção dos canais da Visconde de Albuquerque e do Jardim de Alah, com terras retiradas para abertura dos canais a partir de 1920. Assim, foram feitos aterros para a construção da Avenida Epitácio Pessoa; depois, para o Hipódromo da Gávea (em 1926), o Clube dos Caiçaras (em 1931), a sede do Piraquê (em 1940), o Estádio de Remo da Lagoa (em 1954)…