O busto de Marcílio Dias foi recolocado em seu devido lugar, na Praça Onze, no Centro, nesta segunda (05/06), pela Secretaria de Conservação. No dia 21 de abril, quando guardas municipais faziam um patrulhamento, flagraram um homem tentando levar a estátua de bronze. Ele fugiu, claro. O monumento foi levado à 6ª DP (Cidade Nova), onde o caso foi registrado.
Antes, a reprodução da escultura, assinada por Henrique Hulse, precisou ser mandada para a fundição, porque parte do bronze nas costas tinha sido quebrado e teve que ser refeito. Quem tentou furtar danificou a peça com pedradas. Que tal? Para tentar coibir a ação dos vândalos, a Gerência de Monumentos e Chafarizes preencheu o busto com concreto e colocou novos pinos para aumentar a resistência interna, em caso de depredação.
A primeira a ser preenchida com cimento, depois de sofrer vandalismo por anos, foi a estátua de Noel Rosa, em Vila Isabel, entregue novinha em 2021. Depois foi a de Ibrahim Sued, em frente ao Copacabana Palace, também em 2021. Mas, segundo a Conservação, cada peça requer uma avaliação — o busto de Orlando Silva, por exemplo, no Cachambi, havia sido furtado e foi refeito em resina, material sem valor comercial.
Marcílio Dias, filho de uma lavadeira preta, entrou para a Marinha quando a mãe foi presa injustamente, em 1855, e teve atuação marcante na Guerra do Uruguai. Em 1864, ele desembarcou na cidade uruguaia de Paysandú, como tripulante da corveta Parnaíba, sob o comando do Almirante Tamandaré, e cravou o estandarte brasileiro na torre da igreja que ficava na praça da cidade. Em 1865, Marcílio Dias foi ferido e morreu, depois de se destacar pela bravura na Batalha Naval do Riachuelo, o conflito que definiu os rumos da Guerra do Paraguai.