“Não foi diferente daquilo que acontece com tantas pessoas no Rio. Muitas, infelizmente, sofrem com assaltos; por isso me uno a elas nesses desafios. O importante é que a vida foi preservada, não houve nenhum ferimento. Recordo também o belo testemunho do casal que nos socorreu: um rapaz que levava sua noiva para casa parou e nos deu todo o auxílio, levando-nos para casa.
Sempre é algo que assusta, mas nos faz querer um compromisso ainda maior com a cidade. São efeitos de uma cidade que necessita ainda mais tratar bem as suas crianças e seus adolescentes, e investir na educação é essencial para mudarmos essa situação. Temos muito o que fazer, não podemos desanimar, e trabalharmos mais pela paz mesmo diante desse cenário desafiador.
Esses acontecimentos não mudam em nada meu amor pelo Rio de Janeiro. Eu vou a todos os cantos desta metrópole e tenho a possibilidade de ver o porquê de ela ser uma “cidade maravilhosa”: por causa das boas pessoas, que são a maioria, e também pela sua “arquitetura humana e divina”, como dizia São João Paulo II. Agradeço a Deus por ver essa beleza, e que possamos ser autênticos colaboradores da paz.”
Foto: Gustavo de Oliveira
Dom Orani João Tempesta é arcebispo do Rio. Nessa sexta (12/05), ele foi assaltado quando voltava de uma missa em Bangu, na Avenida Brasil. Na altura de Barros Filho, homens armados cercaram o carro e levaram os celulares do arcebispo e do motorista, anel episcopal, roupas de missa, cajado, livros e relógios. Em 2014, Dom Orani também foi assaltado por três criminosos armados em Santa Teresa, que roubaram anel, cordão, caneta, telefone e um crucifixo de prata dado de presente pelo papa Francisco; em 2015, em Quintino, na Zona Norte, quando o cardeal voltava de uma missa em Campo Grande, foi surpreendido por quatro criminosos armados, que levaram seu carro.