Luciano Penedo, 52, morador da Cruzada São Sebastião, trabalhava na barraca “Luciano e Angela”, no Posto 12. Quando veio a pandemia, sem ter como sobreviver, ele teve a ideia de fazer um carrinho itinerante com os muitos livros dos filhos universitários e vendê-los nas ruas do Leblon, com um cartaz pedindo mais exemplares. E assim, com doações, ele sobreviveu.
Com o pós-pandemia, Luciano continuou e fez disso o seu ofício e sua alegria: “Não abandono mais, me apaixonei. Tenho muitos clientes e fiz muitos amigos. O escritor Ruy Castro passa por aqui e autografa os livros dele pra mim, e o cantor Fagner também passa para conversar. Dia desses, vendi um livro que tinha uma dedicatória da Fernanda Montenegro”, diz.
Agora, o carioca leva o seu carrinho literário, na foto da jornalista Rejane Guerra, para o calçadão do Posto 12, fazendo questão de mostrar a autorização que ganhou da Prefeitura para circular livre dos fiscais. “Todo ano, tenho que atualizar a licença. É uma burocracia danada, mas é melhor do que ter que desmontar o carrinho”. Alô, prefeito Eduardo Paes, tem como facilitar a vida dele?
Os preços dos livros variam de R$ 5 a 30. O valor mais alto que vendeu foi um livro de Alex Teruz por R$ 350 porque tinha algumas imperfeições; no mercado, vale R$ 800. Vendeu para um homem que atua no mercado de arte. Luciano também faz promoção doando livros, como se vê nas imagens.