O historiador Leandro Karnal e o catador Tião Santos gravaram depoimentos sobre a importância e uso do telefone móvel para a exposição “Celular 50”, com curadoria de Miguel Colker, e inauguração 23 de maio, no Museu do Amanhã. De supostos crimes a nudes, ou qualquer vulnerabilidade emocional, tudo pode estar naquele aparelhinho. Veja, por exemplo, a expectativa sobre o celular do ex-Presidente Jair Bolsonaro, apreendido nesta quarta (03/05), em operação sobre suspeita de adulterar cartão de vacinação.
O celular, bem como a primeira ligação, completaram 50 anos no dia 3 de abril, criado pelo engenheiro americano Martin Cooper, quando ninguém imaginava essa revolução na comunicação. Hoje, 5,22 bilhões de pessoas usam celulares; no Brasil, 250 milhões de números.
A mostra é dividida em seis seções. Karnal e Santos participam da “Labirinto de Possibilidades”, que apresenta, através de recursos audiovisuais, a relação entre o aparelho, tratando de temas, tais como: Educação, Democracia, Sustentabilidade, Diversidade, Cultura e Saúde. “Quem não domina a tecnologia é dominado por ela, e quem a não domina em certos graus também é dominado por ela. O celular não é inimigo do desenvolvimento nem da inclusão da escola numa revolução tecnológica. É uma ferramenta cujo foco ainda é o ser humano, e quase tudo ainda tem que ser resolvido dentro de uma dimensão humana e humanística de educação”, disse Karnal.
Tião falou da sustentabilidade, claro: “A tecnologia, que foi útil pra mim e que me trouxe benefício, vai acabar impactando negativamente, seja ambiental, ou social ou economicamente na vida da população, porque não podemos pensar numa tecnologia sustentável tão avançada e que, ao mesmo tempo, descartamos de qualquer forma. Isso nos torna muito pré-históricos”.