Vitória dos feirantes do Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, em São Cristóvão. Eles explodiram de felicidade quando Eduardo Paes decidiu suspender, nessa terça (02/05), o edital de licitação da concessão do espaço, que previa R$ 97,4 milhões em reformas e ampliações.
A decisão, publicada no DO desta quarta (03/05), foi tomada depois de uma reunião do prefeito com representantes de comerciantes contrários à privatização – segundo a Prefeitura, a suspensão foi feita para que os termos do edital possam ser debatidos com os feirantes.
Desde que o edital foi lançado, começaram os protestos, apesar de um dos itens do contrato especificar a preferência para manter os atuais feirantes. Mesmo assim, havia muitas dúvidas sobre como seria o relacionamento com o novo operador.
A Feira dos Nordestinos teve início em 1945, quando retirantes chegavam ao Campo de São Cristóvão em caminhões, vindos para trabalhar na construção civil. A animada festa, com muita música (forró, xote, baião, xaxado, repente, embolada, martelo, arrasta-pé, maracatu e outros sons bem genuínos) e comida típica, deu origem à feira. Em 2003, o antigo pavilhão foi reformado pela Prefeitura e transformado no Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas. Hoje, não só nordestinos frequentam o lugar, como também cariocas e turistas. São 700 barracas em 34 mil metros quadrados, três palcos e cinco praças com nomes de artistas e cidades nordestinas, com estacionamento para 800 carros e 300 mil pessoas passando por ali todo mês. Uma estátua em tamanho natural de Luiz Gonzaga, “O Rei do Baião”, dá as boas-vindas. Em 2008, a Prefeitura declarou o centro Patrimônio Cultural dos Habitantes da Cidade do Rio e, em 2010, uma lei federal tornou a feira Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Para comemorar a resolução de Paes, o perfil oficial da feira quer relembrar e descobrir histórias inusitadas na série #MemóriasDaFeira, com registros de momentos que marcaram e a transformaram no que é hoje.