Quem chegava à galeria Nara Roesler, em Ipanema, para a exposição “José Patrício – Infinitos outros”, inaugurada nessa quinta (18/05), já fazia uma roda em volta do artista pernambucano, para uma visita guiada, não só pela arte em si, como também pelo sotaque, para muitos, irresistível.
José Patrício é conhecido no circuito de arte brasileiro e no exterior, ao usar materiais simples do cotidiano, principalmente botões – que ele compra em armarinhos, liquidações ou onde for –, para criar padrões geométricos e cinéticos. Ele explicou detalhadamente como se dá essa construção: alguns trabalhos são inéditos, com botões sobre suporte de madeira, e também um conjunto de “Conexões cromáticas”, com selos postais da Inglaterra.
Os botões entraram na vida do artista em 2005, derivados das obras feitas com dominós, um grande sucesso, quando, em 1999, criou uma instalação para o convento de São Francisco, em João Pessoa, usando as peças.
O artista costuma dizer que a frase “eu não existiria sem minhas repetições”, de Nelson Rodrigues (1912-1980), pode ser atribuída a ele. “Eu repito sempre, mas também sempre tenho resultados diferentes. É algo que me move fazer esse exercício de conseguir resultados novos a partir de uma estrutura dada”, explicou.