Nesta terça (11/04), o Instituto Mar Urbano (IMU), ONG com foco no meio ambiente, recebeu um vídeo mostrando as arraias (ou raias) mortas na Ilha do Fundão, que é cercada pela Baía de Guanabara. “São dezenas da espécie ticonha, ameaçada de extinção. A causa ainda é desconhecida e, pelo local e pelas imagens, parece falta de oxigênio ou poluição excessiva. Os animais não apresentam marcas de rede de pesca, o que deixa evidências de que possivelmente as águas estão com excesso de poluição ou falta de oxigênio”, diz a ONG.
As mortes aconteceram pouco depois da Páscoa, em que peixes são muito consumidos. A coluna procurou o biólogo Mario Moscatelli, para saber as possíveis causas até que seja feita uma melhor investigação. “Existem algumas hipóteses, entre elas, algum arrastão pegou o cardume e largou os animais por não terem valor de mercado; o cardume bateu de frente com algum fator contaminante; pescaram em rede de espera (aquelas que ficam por um período no mar até o pescador voltar para ver o que pegou) e descartaram por conta de baixo valor de mercado; ou a utilização de explosivo para pesca, que mata o que tem em volta”, diz Mario.
O instituto também diz que episódios similares já aconteceram em outros locais do mundo, como na Flórida (EUA), e que o fenômeno ainda não tem explicação – em janeiro deste ano, a ONG lançou o doc e a série “Raias da Guanabara”, inspirada no documentário “Baía Urbana”, quando descobriram que a Baía de Guanabara é casa de, pelo menos, sete espécies distintas de raias. É a quinta maior baía do mundo em biodiversidade de raias. “Nós mergulhamos por toda a Baía, desde o costão do Pão de Açúcar, a Urca, a Praia Vermelha, até a Ponte Rio-Niterói e a Praça XV, para contar a história dessas raias, que são um tesouro”, diz Ricardo Gomes, diretor da série. Além disso, o “Raias da Guanabara” viraram um guia de identificação de espécies.
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