Quase uma semana antes do Dia dos Povos Indígenas (19/04), o Instituto Moreira Salles (IMS) avisa que vai incluir ao conjunto de acervos mais de 40 mil fotos, documentos e publicações de Claudia Andujar, 91 anos, com a vida dedicada aos Yanomami. Grande parte das fotografias foram feitas na Terra Indígena Yanomami, nas décadas de 1970 e 1980, antes de sua demarcação, em 1992. O acervo inclui também imagens entre 1950 e 1970, período em que a artista documentou o Brasil e outros países da América Latina e trabalhou para revistas, como a extinta “Realidade”.
O trabalho de Andujar também é notícia no exterior: até este domingo (16/04), o centro cultural The Shed, em Nova York (EUA), apresenta a exposição “A luta Yanomami”, organizada em parceria com o IMS, a Fundação Cartier, a Hutukara Associação Yanomami e o Instituto Socioambiental (ISA).
A mostra é uma versão ampliada de “Claudia Andujar: a luta Yanomami”, apresentada no IMS paulista e carioca, em 2018 e 2019, e em instituições europeias.
“Andujar é uma das maiores artistas brasileiras, com uma contribuição inestimável à história política e social do país. Seu arquivo é um capítulo inteiro da história da fotografia brasileira. Sua parceria com o líder e xamã Davi Kopenawa e sua colaboração ampla com o povo Yanomami, seja na produção artística, nas campanhas de vacinação ou na demarcação da terra indígena, são exemplares e admiráveis. Ela deu um sentido profundo à sua fotografia. Depois de 10 anos de trabalhos conjuntos com Claudia, é uma honra difundir seu legado”, diz Thyago Nogueira, coordenador do Departamento de Fotografia Contemporânea do IMS e curador da exposição.