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Teatro Riachuelo, no Centro, lotado para a estreia do musical “Museu Nacional (todas as vozes do fogo)”, escrito e dirigido por Vinícius Calderoni e com direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, nessa segunda (03/04).
O espetáculo, que chegou ao Rio, depois de temporada em São Paulo, no ano passado, também marca os 10 anos da Cia. Barca dos Corações Partidos e os 30 anos da Sarau Cultura Brasileira, parceira do grupo em toda a sua trajetória, dirigida pela produtora artística Andréa Alves.
Destruído por um incêndio em 2018, o Museu Nacional perdeu grande parte do acervo: mais ou menos 20 milhões de itens. Foi essa tragédia – em todo o seu valor real e simbólico – o ponto de partida, com texto e músicas originais. “O musical fala sobre a história de um lugar que representa a fundação de um país e abrigou uma série de eventos históricos: foi a casa do Império; onde Leopoldina assinou a declaração da Independência do Brasil; onde foi assinada a primeira Constituição do País; onde se deu o início da República; e originalmente foi a casa de um mercador de escravizados. Ao mesmo tempo, é esse lugar que passou a reunir um patrimônio gigantesco, que encerra todas essas contradições. Por isso, o incêndio, de uma certa maneira, é o fim de uma ideia de Brasil. Tem essa carga simbólica”, analisa Vinicius.
Luzia, o esqueleto de mais de 11 mil anos, descoberto em Lagoa Santa (MG), em 1975, cujo crânio resistiu ao incêndio, é a narradora através da atriz Ana Carbatti, que faz uma espécie de visita guiada pelo prédio interditado pelo fogo, fala da origem escravocrata, povos originários e negros, todos os três atos, ligados por 20 músicas de diversos ritmos.