Vários órgãos que dependem do turismo desaprovam a volta da exigência de visto para pessoas dos EUA, Canadá, Japão e Austrália, como a Fecomércio-RJ e a HotéisRIO. “Revogar uma medida que nem sequer foi efetivamente experimentada é um contrassenso que vai prejudicar nossa economia”, diz Antônio Florêncio de Queiroz Júnior, presidente da Fecomércio.
Segundo o órgão, os quatro países afetados pela medida responderam, até a pandemia, por mais de 800 mil turistas entrando no País e, para o Rio traz um prejuízo em especial: 34% dos turistas estrangeiros visitam a capital carioca, sendo que boa parte desse fluxo se estende também às principais cidades turísticas do estado, como Paraty, Búzios e Petrópolis. “O Itamaraty optou pelo caminho de uma decisão equivocada, distante da economia real e vai prejudicar quem lida com turismo. Reivindicamos, portanto, que o Itamaraty reveja essa proposta que, a rigor, atrapalha o nosso desenvolvimento”, diz Florêncio em nome de 59 sindicatos.
Alfredo Lopes, presidente da HotéisRIO e conselheiro da ABIH-RJ, também não aprova a medida. “Durante mais de 30 anos, o mercado do turismo brasileiro buscou a flexibilização do visto para o norte-americano, além de outros destinos, pela relevância dos EUA no setor, enviando muitos turistas”, diz ele. Segundo dados da Polícia Federal, desde o fim da exigência do visto, em 2019, houve um aumento de 21,39% na entrada de americanos no segundo semestre do mesmo ano em relação a 2018, dados de antes da pandemia. De acordo com o Ministério do Turismo, em 2021, foram 132,2 mil turistas, média histórica. “Esperamos que a nova gestão federal busque caminhos para ampliar investimentos em promoção e captação, que neutralize um histórico desastroso de relacionamento com esses mercados com enorme potencial de resposta. Mais do que nunca, voltar atrás na questão dos vistos é um retrocesso”, finaliza.