Antes de ir à Bahia, nesse domingo (19/03), Adeyeye Enitan Ogunwusi, o rei de Ifé, cidade onde surgiu a etnia Iorubá na Nigéria, esteve na antiga sede da Alerj, na Cinelândia. O evento foi conduzido pela deputada Dani Balbi, com casa cheia. “Hoje estou entre pessoas maravilhosas, homens e mulheres que são parte do meu sangue e nós compartilhamos uma raiz ancestral. Ver vocês me dá muita energia”, disse o rei no encontro organizado pela “The African Pride” para fortalecer as relações políticas, empresariais e culturais entre Brasil e Nigéria. Também estava na comitiva carioca, a Sinara Rúbia, diretora do Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), representando a Prefeitura.
Na abertura, Elisa Lucinda cantou uma música tradicional em iorubá e recitou a sua poesia “A Herança ou o Último Quilombo”. São 40 milhões de pessoas iorubás em toda a África Ocidental e, por aqui, herdamos da cultura pratos típicos como acarajé, vatapá e caruru, crenças religiosas como o Candomblé.
Tiveram várias ações aproveitando a presença do rei, como a assinatura simbólica de um termo de cooperação entre a Fundação Oswaldo Cruz, a universidade Ojaja e o Palácio de Ifé, para aproximar a fundação da Nigéria e estudar, no Brasil, os conhecimentos tradicionais medicinais das ervas; ele ganhou uma placa com a Lei Municipal 7.236/22, que declara a cidade de Ifé como cidade-irmã do Rio — a medida possibilita programas de cooperação e intercâmbio nas áreas cultural, social, educacional, científica, turística, tecnológica, saúde, econômica, esporte, ambiental e comercial. “Temos uma comunidade muito grande da África no Rio e sabemos que os costumes e as tradições são muito parecidas. Esse processo de irmanação permite expandir essa relação para enriquecer o Rio e a cidade de Ifé”, disse o deputado federal Reimont, autor da lei.
É a segunda visita do rei ao Brasil, em 2018 ele esteve no Palácio Tiradentes, onde recebeu a Medalha Tiradentes e também esteve na ABL. O líder político e religioso está no trono desde 2015. Em Salvador, ele entregou o primeiro título de reconhecimento a um território quilombola no Brasil, na comunidade Quingoma, em Lauro de Freitas.