No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, apenas 8% de compositoras, intérpretes e musicistas receberam os valores em direitos autorais em 2022, segundo novo levantamento do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Embora o número seja baixo, a 3ª edição do relatório “O que o Brasil ouve – Mulheres na Música” também mostra que houve um aumento em comparação a 2021 (era de 4%). Contudo, o caminho ainda é longo para a igualdade de gênero na música: de R$ 1,2 bilhão distribuído pelo Ecad em 2022, R$ 730 milhões foram repassados para elas, enquanto o restante foi para pessoas jurídicas. “Os números não são favoráveis, mas acredito que mostrar a realidade ajuda a definir o posicionamento que todas devemos assumir no nosso dia a dia, para equilibrarmos esse quadro. No Ecad, atualmente, temos 50% de mulheres que ocupam 44% dos cargos de liderança”, diz Isabel Amorim, superintendente-executiva do Ecad.
A porcentagem até está de acordo com o número de titulares cadastrados: no ano passado, mais de 316 mil compositores foram pagos, entre músicos, intérpretes, produtores fonográficos e editores. Desse total, 250 mil eram os titulares (pessoas físicas), sendo apenas 10% mulheres. Mais de 36 mil nomes femininos foram cadastrados em 2022, totalizando 400 mil dos 4 milhões totais da lista.