A (s) foto (s) do dia mal entraram e a coluna já está sentindo falta: é o último fim de semana aberto ao público do Instituto Moreira Salles, na Gávea, antes das obras que vão durar quatro anos. Até este domingo (26/03), das 10h às 18h, custo zero.
Rafael Bokor, colaborador da coluna com seu “Rio Antigo”, comenta sobre o IMS:
A casa de 1951 foi desenhada por Olavo Redig de Campos, com projeto paisagístico de Roberto Burle Marx, representando o movimento modernista e ocupa uma área de 10 mil metros quadrados. A inauguração da casa da família Moreira Salles foi celebrada com uma grande festa no réveillon em 1952 e, nos anos seguintes, o imóvel testemunhou reuniões que definiriam os rumos políticos do País. Entre os hóspedes passaram nomes como o empresário Nelson Rockefeller, ex-vice-presidente dos EUA, e os Rolling Stones. A família morou ali até 1987 e três anos mais tarde, o IMS foi fundado pelo banqueiro e embaixador Walther Moreira Salles (1912-2001) para promover e desenvolver programas culturais em cinco áreas de atuação: fotografia, literatura, cinema, artes plásticas e música. As exposições são gratuitas e bem interessantes, mas a construção e seus jardins são as grandes surpresas de quem visita o IMS.
Uma das atrações principais é o painel de azulejos assinado por Burle Marx, de 1949, com imagens de lavadeiras e peixes criando um anteparo para o que era, originalmente, a área de serviço da casa, ao fundo. Os azulejos foram produzidos pela oficina Osirarte. Carpas e tartarugas moram até hoje no lago em frente ao mural.
O que vem por aí? A reforma é necessária para modernizar as instalações e garantir a acessibilidade, além das exigências de mudanças impostas pelo tempo. Como a casa e os jardins são tombados, a construção principal passará somente por intervenções necessárias, tudo nas mãos do escritório Bernardes Arquitetura. O prédio anexo, que hoje guarda o acervo e já não dá conta de seus mais de 2 milhões de itens, será demolido e construído um prédio de seis andares, com restaurante e auditório no térreo.
Em cartaz até as luzes se apagarem, a retrospectiva do fotógrafo Miguel Rio Branco.
Fotos: Rafael Bokor