A Danielian Galeria, no quadrilátero da arte-moda-boemia da Gávea, inaugurou a mostra “Uma Visão da Arte – Centenário de Franco Terranova e o legado da Petite Galerie”, em homenagem ao poeta e marchand italiano-carioca Franco Terranova (1923-2013), que faria 100 anos dia 9 de março. São 150 trabalhos entre desenhos, gravuras, pinturas e esculturas de mais de 70 artistas que participaram de exposições individuais e coletivas na Petite Galerie, primeira do circuito de arte brasileiro, que funcionou em Ipanema entre 1954 e 1988.
Os Terranova e a herança da alegria italiana estavam todos lá — a viúva Rossela e os quatro filhos, Lolo, Marco, Francesca e a caçula Paola, curadora da exposição. “Meu pai era, antes de tudo, amigo dos artistas, um apaixonado pela arte, e fizemos um apanhado que retratasse esse olhar afiado e afetuoso”, diz Paola. A curadora Liliu Castelo Branco completou: “Franco nunca quis vender coisinhas só bonitinhas para as pessoas pendurarem nas paredes, coisas decorativas, mas que os artistas fizessem obras de arte soberanas, então ele deu voz, espaço e liberdade de criação para esses artistas”.
Nos dias 14 e 15 de março, às 19h, vai acontecer um leilão para manutenção do acervo, que fica num espaço na Lapa. O assunto, aliás, foi o mais comentado nas rodinhas da mostra, com gente pirando querendo levar tudo, já que grande parte fará parte do leilão.
A parte documental da Petite, como fotos, slides, convites, cartazes, artigos em jornais e revistas etc está sendo doada para o Instituto de Arte Contemporânea de São Paulo (IAC), fundado por Raquel Arnaud, amiga e parceira de trabalho de Franco.