“Metaverso” — foi esse o título da imagem feita pelo geólogo Alexandre Lisboa Lago, de um prédio comercial espelhado no Santo Cristo, tendo o Morro da Providência refletido. Já publicamos, neste post, a escadaria que leva até à favela, a primeira do Rio, localizada nos limites do Centro, Santo Cristo e Gamboa.
No Rio, é comum essa interatividade entre o moderno e o antigo, o asfalto e a favela, num contraste visível, um dos traços de uma das cidades mais conhecidas do mundo. Essa imagem já foi registrada por centenas de olhares atentos para destacar a desigualdade. A foto feita pela arquiteta Sônia Gouvêa, por exemplo, ficou entre as finalistas da 2ª edição do “Grande Prêmio Fotografe”, do ano passado, uma plataforma online para divulgar o trabalho de novos nomes. “Há uma interação visual entre o edifício e o Morro, que, metaforicamente, representa a realidade social que os separa: quem está no prédio vê tudo o que acontece no Morro, mas o oposto não é verdadeiro, pois a fachada de vidro é uma barreira impenetrável ao olhar de fora. É um espelho que reflete apenas a vida do Morro, aquele em que seus moradores encaram sua própria realidade”, disse Sônia.
Foto parecida está no site do fotógrafo americano Johnny Miller, ao preço de 6 mil dólares (mais ou menos R$ 30 mil).