Sempre escolho escrever sobre coisas leves para esta coluna ou, pelo menos, tento. Hoje vou falar sobre um problema que eu tive recentemente — fica um alerta. Fui vacinada contra herpes zoster antes de ter a idade recomendada, há 1 ano, a pedido do meu marido, médico (Cláudio Benchimol). Como ele me conhece como ninguém e sabe da minha rotina e do meu dia dia, o quanto sou ansiosa, não durmo e não me alimento direito, ele se antecipou ao indicar a vacina, pois minha imunidade não é das melhores.Mês passado, comecei a ter uma forte dor nas costas; de início, pensei que fosse algo muscular, mesmo jamais tendo sentido dor nas costas. Em poucos dias, apareceu uma ferida e, de cara, fui diagnosticada com herpes zoster por ele.
A vacina que tomei foi a dose única, que dá uma proteção de 70%; a correta teria sido a Shingrix, que são 2 doses com intervalo de 2 meses, que dá 90 a 95% de proteção. Tive muita dor, cansaço, e sei que poderia ter sido muito pior se não tivesse tomado a vacina. Também sei que poderia não ter tido se tivesse tomado a vacina indicada por ele, mas, como santo de casa não faz milagre, acabei optando pela vacina antiga, que me pareceu mais simples, com menos efeitos colaterais e dose única.
Resolvi trazer esse tema para que todos que tenham indicação pensem em se vacinar — é sempre melhor prevenir. Depois desse episódio, conversando com amigos, percebi o quanto essa doença faz sofrer e quantas pessoas próximas a tiveram ou estão tendo exatamente neste momento. Daqui a seis meses, vou tomar de novo a vacina, para estar coberta. A mancha nas costas ficou, e os médicos disseram que dificilmente sairá, já que a pele fica hiperpigmentada, o que não me incomoda em nada, desde que não volte a ter uma recaída. Sempre o psicológico me dando rasteiras na vida. Quanto a isso, infelizmente, não tenho controle: físico e mental caminham juntos. Grande parte do que acontece com o nosso corpo é justamente o reflexo dos nossos pensamentos e energias. “Mens sana in corpore sano” — eu sei que é um clichê, mas um clichê que nem sempre é tão óbvio.
Carla Benchimol é suíço-ítalo-brasileira, porém mais carioca do que todas. É formada em Administração de Empresas, curiosa, bem-humorada, estudiosa e persistente, além de apaixonada por novas descobertas.