Foi lançado, através do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Geografia do Clima (GeoClima/UFRJ), o “Observatório do Calor do Rio”, parceria com a agência americana de Administração Oceânica e Atmosférica, para mapear a quentura do verão e compreender o impacto do termômetro na saúde do carioca.
O Centro de Operações Rio (COR) registrou, dia 15 de janeiro, temperaturas acima dos 40ºC em Irajá; a sensação térmica bateu 54ºC na Zona Norte, recorde total, e a sensação de 50ºC permaneceu por três dias seguidos, virando um Senegal, digamos assim. “Além das mudanças climáticas, a ocupação do solo e o relevo da cidade também são fatores para o aumento da temperatura na cidade, já que a urbanização cria ilhas de calor”, diz a professora Núbia Beray, coordenadora do GeoClima.
Agora, o momento é de receber voluntários para o projeto, que vai visitar 26 locais da Zona Oeste, Zona Norte e Zona Sul para entender melhor o comportamento do calor na superfície, em carros cedidos pela Prefeitura com sensores para captar esses dados atmosféricos pela manhã, tarde e noite.
O GeoClima quer relacionar os dados com o relato dos cariocas que se expõem ao calor intenso no verão, como garis, ambulantes, moradores de rua e qualquer um que goste de fazer vida a pé. “No caso dos garis, apesar de protegidos pela roupa, a exposição não é adequada porque ela preserva a incidência de raios solares, mas até certo ponto. Ao mesmo tempo, ela vai gerar um calor interno porque é uma vestimenta pesada. Então você se protege, mas fica desconfortável, sua e perde água”, diz Núbia.