O biólogo Marcelo Szpilman deu um novo passo para a sua Sustineri Piscis (sustentabilidade do peixe, em latim), empresa de proteína de pescados cultivados em laboratório, criada em janeiro passado, com a inauguração de um novo espaço de estudos no campus do Inmetro, em Xerém, Baixada Fluminense, três vezes maior que o anterior.
A empresa já deve apresentar seu primeiro produto, um empanado à base de carne de pescado, ainda no primeiro semestre deste ano. As duas primeiras fases da pesquisa foram um sucesso, com o cultivo de proteína animal de cinco espécies comerciais (garoupa, cherne, robalo, linguado e tainha); na segunda, aconteceu a formação do banco de amostras das espécies e, agora, o novo laboratório, equipado com aparelhos incríveis, entre eles um biorreator que multiplica as células das duas primeiras fases. “Essa técnica não apenas poupa as espécies de pesca predatória, como também protege o consumidor, que terá à disposição uma carne sem contaminação por metais pesados; além disso, o peixe cultivado não produz espinhas nem vísceras. E não é comida de laboratório, imitação ou tipo carne — é carne genuína e fresca de pescado, saudável e sem contaminantes”, diz Szpilman, que fundou o AquaRio.
Em 2024, a startup carioca planeja entrar no mercado, com a produção industrial e comercialização para consumo e, até 2025, produzir peças do tipo filé de peixe, com semelhança estrutural.“Não há outro caminho viável para que a sociedade consuma peixes e outros frutos do mar. O que mais nos orgulha é que o resultado dessa empreitada foi alcançado com pesquisa 100% brasileira”, diz Szpilman.