Talvez você só conheça Renato Rocha através de intérpretes — é dele clássicos como “Bicho de Sete Cabeças” e “Dia Branco”, na voz de Geraldo Azevedo —, mas agora ele inaugura sua primeira mostra como artista plástico, em “Cadeias Elementares”, na Galeria Z42, no Cosme Velho, neste sábado (04/02), a partir das 17h.
São 30 trabalhos que começaram em 2015, todos relacionados a pregadores de roupas de madeira e as molas criando novas articulações. “Gosto de usar materiais comuns para fazer coisas incomuns, e, ao investigar os pregadores, senti, pela primeira vez, que realizei um conjunto de peças dignas de serem mostradas em uma exposição monotemática”, diz.
E, claro, vai ter música na abertura, com a violoncelista Janaína Sales. Na mostra será lançado um catálogo com fotos da dimensão e detalhes dos objetos feitos da madeira peroba-mica e aço inox, cuja abertura tem um texto de Ariano Suassuna (1927-2014) — outro fã do pregador de roupa. “Vocês estão vendo o que é isso? É um pregador de roupa. Aí, eu vou dizer uma coisa: a gente não sabe o nome do homem que inventou isso, mas ele é um gênio. Repare: dois pedacinhos de madeira, um ferrinho dobrado de uma maneira engenhosa, e…ele fica fechado! Quando a gente aperta, ele abre; a gente solta, ele fecha. Olha, um macaco pode trabalhar 500 milhões de anos que ele não faz um negócio desses”.