O biólogo Mario Moscatelli deu um nome ao recente desastre no sistema lagunar de Jacarepaguá e na praia da Barra, desde a última sexta (06/01), quando publicamos o alerta sobre a invasão de lixo e gigogas. Até esse sábado (07/01), foram retiradas 90 toneladas das areias pelas equipes da Comlurb, depois que cortaram uma ecobarreira no Intanhangá, que deveriam impedir que lixo e plantas chegassem à praia, segundo o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea). Mario foi buscar na Psicanálise uma explicação: “É um complexo de Cassandra. Em resumo, diz respeito em tentar prevenir um desastre, não ser ouvido e o desastre acontecer. Na sexta eu alertei logo pela manhã, fiz o segundo apelo, o terceiro e não adiantou. Isso tem acontecido em inúmeras outras vezes, sobrando para a empresa municipal de limpeza urbana arcar com o prejuízo de tirar toneladas de gigogas e lixo da praia”, diz ele.
E continua: “As reais causas de mais esse incidente? Fica por conta das versões de cada um. Destaco que esse tipo de comportamento cultural é marca nacional e os resultados nefastos estão por toda parte. Até quando irá continuar? Não sei dizer. Quanto custa para a cidade a operação de guerra da Comlurb? Além disso, temos a sabotagem da imagem do Rio, tão desgastada pela violência, com seu principal patrimônio econômico e ambiental (praia) diretamente impactado diante dos olhos e narizes dos turistas”.
Sobre o corte na ecobarreira, não foi a primeira vez, como publicado aqui. “A versão mais recente é que houve mais uma vez sabotagem na ecobarreira do Itanhangá, o que agravou ainda mais. Não dá pra entender, porque não é a primeira vez que a ‘sabotagem’ acontece e nem por isso alguém tomou alguma providência. A situação poderia ser bem pior se estivesse fazendo aquele sol de 40 graus com praias entupidas de gente e gigogas (em putrefação junto do lixo). Resta saber se essa será a última ‘sabotagem’ e se as medidas preventivas de manutenção serão tomadas. Afinal, o que está faltando mais acontecer?!”.