Uma palavra batida e cansada pega bem para definir a mostra “Luz da Beleza!”, do fotógrafo Luiz Moreira, na Casa França-Brasil, nesse fim de semana: representatividade. Desde o figurino do artista, usando guias de proteção e saia de palha — a roupa de Omulu Obaluaê (senhor dos espíritos, mediador entre o mundo material e espiritual) —, aos convidados e até a de Baco, seu cachorro, da raça Cane Corso, com colar de conchas e olho grego. “Estou muito feliz em fazer minha primeira individual no Rio e poder exibir este trabalho através de meu olhar. A exposição é a concretização de um sonho de realçar minha origem, exaltando a beleza, a estética e religiosidade afro-brasileira. Baco é meu filho. Coloquei nele o amuleto, pretendendo justamente nos trazer sorte”, diz ele.
O artista é representado pelo Instituto Iadê, a mostra tem curadoria de Marcus Lontra e fica até dia 11 de fevereiro em cartaz. São 32 imagens impressas de grandes e médias dimensões, vídeos da série “Ayê e Orum e Oxum às margens do Rio da Barra” (Bahia), além de adornos e objetos em colaboração com os artistas Diego Silf, Felipe Maltone e Victor Hugo Mattos.
Além disso, as imagens ganharam acessibilidade para quem é cego ou tem baixa visão em versões táteis da artista plástica e arte educadora Marina Baffini, do projeto “Inclua-me, Arte & Cultura para Todos”.
“O trabalho estético e documental de Luiz combina sensibilidade com a cultura contemporânea, a condição humana, perspectivas diaspóricas e o culto às orixalidades das religiões de matrizes africana. O que vem dessa mistura é uma alegria pela vida e pela beleza que relaciona a sexualidade carregada de símbolos e adereços da cultura afro-brasileira”, diz Lontra