Marcelo Moutinho, vencedor do Jabuti na categoria crônica pelo livro “A Lua na Caixa d’Água” (Malê), é tão apaixonado pelo bairro onde nasceu, Madureira, que decidiu criar uma bandeira. A ideia foi “comprada” por Marcus Faustini, secretário de Cultura, que decidiu erguê-la num mastro, neste domingo (18/12), na Arena Carioca Fernando Torres.
A arte foi feita junto com a designer Nathalie Nery e marca o início das comemorações dos 410 anos de Madureira, em 2023, e também o encerramento do primeiro ano do programa Zonas de Cultura, da Secretaria de Cultura, que envolveu 350 mil pessoas e gerou mil empregos. “Bandeira é importante não só para quem torce no futebol, mas também para a cultura também. A ideia é criar bandeiras para os bairros. A nossa ideia é que esta área se transforme num jardim para que as pessoas façam piquenique ou aproveitem o espaço ao ar livre. E vem aí também o ‘AmaRio’, programa para melhorar os espaços culturais”, conta Faustini.
Madureira foi o primeiro bairro do Zonas de Cultura — recebeu R$ 1,5 milhão investidos em três festivais, o circuito “Madureira de Portas Abertas” e 10 propostas de intercâmbio cultural.
Moutinho é jornalista e assina uma coluna no jornal “Rascunho”, escrevendo crônicas sobre literatura, música e cinema. “Essa junção de cores é uma profusão de bandeiras. As escolas de samba têm bandeira. Madureira é meu centro, de onde vejo o mundo, minha Macondo (cidade fictícia descrita no romance ‘Cem Anos de Solidão’, de Gabriel García Márquez). Lugar mítico, autoestima suburbana de falar que Madureira é meu centro”, diz ele.