Em 1840, surgia, na Rua Santo Amaro, na Glória, a Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência do Rio, instituição que tinha como objetivo atender os lusitanos na capital do Império. O conjunto arquitetônico onde funcionou a Beneficência Portuguesa foi arrematado, em 2013, pela Rede D’Or por R$ 60 milhões, e, hoje, sua restauração foi concluída.
O novo Glória D’Or recebeu o investimento de R$ 300 milhões; atualmente, já é considerado o maior hospital privado do Rio. A estrutura, com cinco prédios e 42 mil metros quadrados de área construída, terá também uma faculdade de Medicina e Enfermagem com capacidade para 2 mil alunos. A transformação envolveu a reconstituição de três imponentes prédios do século XIX, tombados pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), e um lindo palacete do século passado. As obras nesses espaços passaram por um minucioso trabalho de adaptação e restauração de itens, tais como: escadas, pilares de granito, balaústres de louça, pisos de mármore, vitrais e obras de arte. Recuperaram um raro exemplar de arquitetura neoclássica, fechado há anos, erguido à época do Império.
Antes de ser adquirida pelo grupo D’Or São Luiz, a antiga Beneficência Portuguesa passou por um longo período de agonia. A instituição, que chegou a ser uma das mais importantes do Brasil, entrou em decadência a partir da década de 1990. A Beneficência, que já teve 25 mil sócios, começou a aceitar vários convênios médicos para manter-se em funcionamento. Mergulhada em dívidas, acabou fechando as portas.
Em 2020, visitei suas instalações, acompanhado do restaurador Marconi Andrade, que gentilmente cedeu as fotos tiradas de cima dessa matéria. Fiquei admirado com a qualidade do restauro realizado. Se metade das casas e prédios antigos do Rio tivessem essa oportunidade de renascimento arquitetônico, o Rio seria outro.