O Edifício Rio de Janeiro, na movimentada Rua Riachuelo, n° 133, no Centro, foi construído por Freire & Sodré em 1933. Essa mesma dupla foi responsável pela construção de outros ícones da arquitetura carioca, que estão no livro “Rio-Casas & Prédios Antigos”, Volume 2, como o Edifício Ypiranga, em Copacabana, e a Residência Horácio Mendes de Oliveira Castro, na Lagoa.
O projetista do prédio foi Mário Freire, que fez um trabalho muito inovador para a época: uma fachada frontal de composição cubista, com janelas de canto e varandas abertas projetadas sobre a lateral.
Só a fachada já pôs o Rio de Janeiro no grupo de prédios do estilo “art déco” futuristas da nossa cidade.
Logo à entrada, dei com um lindo portão de ferro e paredes cobertas com inusitados altos-relevos abstratos azuis (no passado, foram verdes) que remetem às grades e vitrais de Frank Lloyd Wright.
Os desenhos vanguardistas do hall podem ter sido feitos por Regina Gomide, e o mobiliário do hall, único na cidade, por seu marido, John Graz. Fiquei impressionado com o tamanho e a beleza da sala de espera dessa construção — o visitante quase se sente num filme da década de 1930.
O Edifício Rio de Janeiro tem sete andares e 52 apartamentos de dois e três quartos. O preço médio de uma unidade de dois quartos com 65 m2, hoje, é de cerca de 350 mil reais.