A ONG Rio de Paz vai fazer uma homenagem a Márcio Antônio do Nascimento Silva, 58 anos, que morreu por complicações cardíacas nessa segunda (03/10) — ele se tornou o símbolo na luta pelo descaso do governo com a pandemia ao perder o filho, Hugo, de 25 anos, para a covid. Em 2020, ele repôs as cruzes e bandeiras do Brasil nas areias da praia de Copacabana, uma homenagem da Rio de Paz aos mortos pelo coronavírus, depois que um morador do bairro bagunçou e vandalizou tudo. Márcio estava passando por lá, viu a cena e começou a recolocar as cruzes no lugar. Ele era taxista e herdeiro do Quilombo da Sacopã, comunidade remanescente na Lagoa, e participou da CPI da Covid, em Brasília, na sessão que ouviu familiares de vítimas da doença,
O presidente da ONG, Antônio Carlos Costa, vai levar uma bandeira e uma cruz em homenagem a Marcos, no sepultamento no cemitério São João Batista, em Botafogo, e, na quarta (05/10), a ONG também vai fazer um ato em frente ao Copacabana Palace, reproduzindo a cena da recolocação das cruzes. “Levaremos uma faixa com a seguinte frase: ‘Em memória de Márcio Antônio do Nascimento Silva, pai de vítima da Covid, que defendeu bravamente o direito à vida e à liberdade de expressão. Exigiu e não teve do poder público o combate eficaz da pandemia”, diz Antônio Carlos Costa.