O Castelo Mourisco, projeto do arquiteto português Luiz de Moraes Júnior, foi tirado de um croqui feito pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz (1872-1917) na época em que ele estudou no Instituto Pasteur, em Paris, e foi construído para ser o palácio das ciências e da saúde pública no Brasil, inaugurado em 1918 – a construção levou 13 anos e o idealizador morreu um ano antes da conclusão das obras.
Mas, assim foi feito. Resumindo muito, é lá que foram criadas e produzidas praticamente todas as vacinas que conhecemos e salvaram milhares de vidas – a Fiocruz é reconhecida internacionalmente como fabricante da vacina febre amarela (antiamarílica), desde 1937, além de vários outros imunizantes (meningite, Poliomielite e, mais recentemente, covid-19).
O prédio histórico, que mantém funções administrativas, está aberto para visitação, com salas de exposição e a Biblioteca de Obras Raras, no circuito do Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Por sua importância histórica, cultural e científica, o Castelo Fiocruz é candidato a Patrimônio Cultural da Humanidade. É a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina. Isso não é pouco.
A Casa de Chá (em primeiro plano na imagem)
Outro charme da construção é a Casa de Chá ao lado do castelo, onde Oswaldo Cruz e sua equipe faziam as refeições. É interessante lembrar que, naquela época, a Fazenda Manguinhos ficava distante da cidade e o acesso era feito por trem ou barco. É uma estrutura de madeira, toda em treliças pintadas de branco – como costuma ser usado em construções árabes e essas treliças formam desenhos vazados com aparências diversas a depender do foco de visão.