A partir de fevereiro, a Alerj terá uma renovação de 45,7% em seu quadro de deputados estaduais, com 32 novatos e 38 reeleitos. Embora com um crescimento tímido, a bancada feminina passa de 12 para 15 representantes; entre pretos ou pardos, de 19 para 23. Também foi eleita uma deputada que se identifica como amarela e outra como indígena e, pela primeira vez, uma parlamentar transexual, Dani Balbi, doutora em Literatura pela UFRJ.
A coluna falou com Luiz Paulo (PSD), 76 anos, agora em seu sexto mandato, ou seja, há 20 anos ali, o mais experiente – em idade, já que Carlos Minc (PSB) é o mais antigo em mandatos, reeleito pela 10ª vez.
O que achou da nova configuração? “A questão da luta contra o preconceito ganhou muitos adeptos. O número de mulheres aumentou, e temos agora dois LGBT+, o que não tínhamos até então, e também o número de pardos e pretos. São praticamente 31% do total de parlamentares. No meu entendimento, a casa vai ficar menos sujeita aos preconceituosos de emitirem seus juízos de valor, coisa que aconteceu muito nesse último mandato. Daí a nossa luta contra o preconceito vai ficar mais fortalecida”, diz Luz Paulo.
Sobre o governo do Estado e Federal ter a maioria na assembleia, ele comenta: “Lamentavelmente, o partido que mais cresce no Rio é o partido do governo e tudo indica que não será diferente nos próximos quatro anos. Numa contagem rápida, sem ainda entrar no desempenho dos novos parlamentares, verificamos que a base do governo pode ter mais de 50 parlamentares, visto que o PL (partido de Jair Bolsonaro e de Cláudio Castro) elegeu 17, o União Brasil mais oito, mas também há um equilíbrio porque o PT elegeu sete, o PSD seis, o PSOL cinco. Os deputados de oposição terão que ser firmes para combater o rolo compressor, o que já vimos acontecer nessa legislatura e em tantas outras passadas. É uma luta de resistência”, avalia.