Palco cheio, plateia lotada, sensação de teatro vivo de novo. Que felicidade na estreia de “A última ata”, adaptação de José Pedro Peter com direção de Victor Garcia Peralta — orginalmente “The Minutes”, do autor americano Tracy Letts, que concorreu ao Tony (Oscar do teatro) — teve sessão para artistas teatrais, nessa segunda (10/10), no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea. Ou seja, foi especificamente para aqueles que estão em cartaz e só podem assistir a outros espetáculos quando não estão em cena.
Nas últimas peças, para quem se lembra bem, constavam mais monólogos, ou duas pessoas em cena, talvez por momento trazer em si, uma certa insegurança financeira.
Foram aplausos sem fim para os 11 atores de trajetórias essencialmente teatrais, que encenam uma sessão numa câmara de vereadores. “A peça reforça muito a nossa realidade, em que há muita manipulação de quem está no poder, onde todos estão mancomunados. Eu me inspirei nas mulheres de extrema direita, bem tradição, família e propriedade e têm diálogos que são difíceis, bem ao contrário de tudo que eu penso”, analisa Analu Prestes, que interpreta Dona Violante, uma das vereadoras.
Também estão no palco Mario Borges, Ary Coslov, Dedina Bernardelli (aplaudida em cena aberta), Leonardo Netto, Roberto Frota, Débora Figueiredo, Alexandre Dantas, Alexandre Varella, Marcelo Aquino e Thiago Justino.
A peça era para entrar em cartaz há dois anos, mas foi adiada com a pandemia. “Produzir teatro no Brasil é uma verdadeira via-crúcis, especialmente quando não se tem patrocínio ou lei de incentivo. Mas eu tinha convicção na história que precisava ser contada com urgência”, diz Pedro Peter.