Aconteceu a pré-abertura da mostra “Sente-se: A Coleção BEĨ em Diálogo”, no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), no Centro, nessa sexta (02/09), com 63 bancos feitos por indígenas de 38 etnias e designers brasileiros. O artesanato é característico dos povos do Xingu, sul da Amazônia, Amazônia oriental, calha norte e noroeste amazônico. Em contraponto, há outros 14, assinados por profissionais de diferentes estados. Difícil foi a tentação de não sentar nas obras de arte, algumas convidativas e outras nem tanto.
A mostra tem curadoria do indígena Mayawari Mehinaku — morador da aldeia Kaupüna, no Xingu, um expert na estética dos bancos esculpidos com machado, facão etc. —, além dos designers Cláudia Moreira Salles e Gabriel Bueno, com cenografia de Suzane Queiroz e iluminação de Renato Machado. “Esta mostra é uma conquista do reconhecimento e da visibilidade da arte indígena no Rio. Nosso povo usa muito o banco de madeira para sentar no cotidiano e nas práticas culturais das festas e rituais. Espero que gostem”, diz o curador Mayawari Mehinaku.
Os trabalhos dos indígenas são talhados a partir de um único tronco de madeira e pintados com resina misturada com pó de carvão. Além disso, a maioria tem animais representados (zoomórficos), como o tamanduá (yúper), a anta (teme), a onça (ianumaka) e os pássaros (warapapá). Já os dos designers são feitos de outros materiais, não só a madeira, por exemplo: chapa metálica, lã de carneiro e papelão prensado. A exposição fica em cartaz até março de 2023.